terça-feira, 31 de agosto de 2010

Entrevista com o pr. Coriolano em 2007

Confira a entrevista que foi realizada em 2007 com o novo pastor da Assembléia de Deus em Patu pelo Blog "The Place" sobre a sua tragetória na obra do Senhor Jesus quando dirigia a igreja de Governador. Entrevista na integra


ENTREVISTA: PASTOR CORIOLANO NETO
14/12/2007
 
O Pastor Francisco Coriolano Neto, recebeu domingo (02/12), na sua residência a Folha do Povo.

Educado e sempre diligente, Francisco Coriolano Neto, 57 anos de idade e 40 de vida religiosa, patuense e pai de quatro filhos, falou por mais de uma hora ao Jornal, e discorreu sobre as obras que estão sendo realizadas no templo sede da Igreja Assembléia de Deus e também sobre os planos futuros para a congregação dixseptiense.

FP – Há quantos anos que o senhor é pastor?

PC – 30 anos.

FP – Quantas igrejas o senhor já gerenciou?

PC – Aqui no Rio Grande do Norte 6 campos. Eu comecei no Rio de Janeiro quando fui ministro autorizado, lá atuei na cidade de Volta Redonda.

FP – Com relação ao trabalho do pastor Daniel, que lhe antecedeu, o que o senhor destacaria do trabalho dele à frente da igreja?

PC – Eu diria que Daniel foi uma personalidade aqui nesse município, trabalhador, evangelizador da obra de Deus e uma pessoa de muita credibilidade em Gov. Dix-sept Rosado.

FP – O que mais o alegrou, quando da vinda para Gov. Dix-sept Rosado?

PC – Olhe eu não tinha perspectiva de vir pra Gov. Dix-sept Rosado, o que aconteceu é que com a morte de um dos nossos companheiros o pastor João Batista, o Pastor Presidente de Natal levou o Pastor Daniel para a região de Natal, para cidade de Santo Antonio do Salto da Onça. Dessa forma o Pastor Martim Alves de Mossoró, convidou-me para assumir a congregação local. Eu estava na cidade de Grossos e ele me telefonou. Ele me surpreendeu perguntando se eu aceitaria Gov. Dix-sept Rosado, eu falei pra ele que queria descansar um pouco. Ele disse que confiava na minha palavra e no meu trabalho, então por obediência a nossa convenção de ministros eu vim. Eu não tinha exatamente essa pretensão. Foi inesperada a minha vinda pra Governador. Chegando aqui, com o andamento da obra do templo, que na verdade era uma carência, tudo pareceu como um desafio. Pastor Daniel tinha começado a construção, e nós tivemos que dar continuidade. Temos poucos recursos. Não temos ajuda da Federação, do Estado e nem do Município. Começamos a obra, e com a ajuda de Deus nosso Senhor estamos caminhando.

FP – Então a construção está sendo feita só com recursos próprios?

PC – Sim, só com dinheiro de crentes. Não é que nós não queremos ajuda externa. Só que eu como pastor, não posso aceitar alguma oferta pra depois ficar uma possível submissão por parte daquela pessoa. Eu como pastor, tenho que deixar o meu povo, as pessoas que eu pastoreio, livres. Não aceito que as pessoas venham me ‘encabrestar’, como dizia um certo político, que há pessoas que querem ajudar, mas depois colocam cabresto. Eu como pastor não posso aceitar isso, confio na providencia de Deus e Ele sempre tem sido conosco e não tem deixado faltar nada e nós estamos fazendo aquilo que mais queremos que é o trabalho do Senhor.

FP – O Senhor considera que a construção é mérito dos fiéis?

PC – Sim, são esforços dos nossos irmãos, dos dízimos e ofertas que eles trazem exatamente e ofertam para a obra de Deus.

FP – Houve alguma situação na sua chegada à cidade ou à igreja, alguma característica local que deixasse o senhor triste?

PC – Não, francamente, eu como pastor espero na providência de Deus, sempre Deus tem contribuído. Nós viemos pra Governador, eu não esperava, mas não posso como pastor dizer não vou. Como homem de Deus eu tenho que ir pra qualquer lugar, o que me surpreendeu foi exatamente a minha vinda pra cá, logo, e encontrei aqui em governador um desafio, mas muitas pessoas aqui na igreja são crentes abençoados que me apoiaram e nós estamos fazendo a obra.

FP – O senhor falou em desafio, qual seria o maior desses desafios?

PC – Começar uma obra dessa, sem estrutura financeira, mas vamos terminar, pela fé.

FP – Então a maior dificuldade para a reconstrução da igreja seria a falta de ajuda externa?

PC – Exatamente.
 
FP – Então é uma decisão do senhor não tentar buscar essa ajuda externa, o senhor prefere assim?

PC – Eu falei pra alguns irmãos, até surpreendi a muitos, que não deixaríamos de aceitar alguma oferta se nos ofertassem, mas não que temos que nos submeter a essas pessoas em troca do que foi ofertado, pois só nos submetemos ao nosso Senhor Jesus Cristo. Quero exatamente depender do meu Deus, que ele tem cuidado da gente, a fé que professamos, ela tem estrutura pra que a gente confie na providência divina.

FP – Quais os pontos fortes e pontos fracos da Assembléia de Deus local?

PC – Bom, nós temos um departamento de oração. Na verdade tivemos muita ajuda dos crentes até agora, como já disse, na construção, mas quanto à oração precisamos melhorar, ser mais persistente, orar mais, pois minha bíblia e a bíblia de todo mundo diz: “aquele que busca encontra, o que pede recebe, o que bate a porta se abre”. Precisamos ser mais persistentes, mais perseverantes, para buscar a presença de Deus, para Ele usar as pessoas com relação àquilo que nós queremos.

FP – O senhor mudaria ou melhoraria alguma coisa na igreja?

PC – Bom nós fizemos exatamente o que era mais necessário, nós temos uns departamentos na igreja que tem nos dado muita força, os departamentos de senhoras, de senhores, da mocidade, departamento infantil… esses grupos que foram mudados e que juntos nos ajudam a fazer a obra nos dão ânimo, essas pessoas que estão ao nosso lado e nos ajudam a administrar a igreja.

FP – Como o senhor avalia o movimento evangélico no Brasil?

PC – Sou membro da Assembléia de Deus há mais de quarenta e cinco anos, começamos com muita luta, éramos muito perseguidos, mas apesar disso a igreja sempre triunfou. No início era apenas a Assembléia de Deus e a igreja Católica. Quando comecei a professar minha fé, na minha cidade eram apenas os crentes, que chamavam protestantes e os católicos. Era exatamente esse desafio que tínhamos, pois não nos aceitavam, assim, como também não aceitaram o ministério de Nosso Senhor Jesus. Quando ele veio a esse mundo encontrou essa diversidade de religiões, de conceitos e o mundo não aceitou Ele como filho de Deus, como salvador do mundo e Jesus encarou isso. Mas na verdade aquele que tem a esperança se purifica a si mesmo.

FP – Na sua concepção, as igrejas evangélicas têm caminhado juntas?

PC – As pentecostais têm caminhado juntas, pois pregam a mesma coisa. As que não são pentecostais eles se calam diante da nossa doutrina, dizem que não acreditam, mas nós os deixamos, até porque eles aprenderam assim. Eles pregam algo um pouco diferente da nossa, não podemos dizer que caminham junto conosco. Mas eu não questiono com nenhuma pessoa, respeito a todos.

FP – Com relação à diferença entre católicos e protestante, como o senhor analisa essa problemática?

PC – Amigo é o seguinte, eu te falei que quando Jesus Cristo veio encontrou todo tipo de religião, seitas e conceitos bíblicos. Admiro os católicos porque são pessoas zelosas, mas eles precisam compreender que quando Jesus veio, ele mudou o cenário. Porque se não precisasse de Jesus vir pra salvar, Deus não tinha enviado seu filho. Então quando Jesus veio buscar a solução através da fé, mudou o cenário e a igreja católica se atrasou nisso ai, pois ela continua acreditando que precisa batizar crianças, tem que confessar, tem que confiar que Maria está viva, e a Santíssima Maria não está viva, ela está no paraíso de Deus esperando ressurreição no dia do juízo. Só quem está vivo é Jesus Cristo, que é chamado primícia dos que dormem. Agora nem Pedro, nem João, nem Maria estão, são santos estão no paraíso de Deus, descansando para um dia ressuscitar e a Igreja Católica se atrasou nesta questão. São pessoas boas de fé, mas eles querem se colocar exatamente nessa posição dizendo que Maria está viva, que Pedro é o chaveiro do céu e não existe isso, pela bíblia não. E às vezes quando falamos sobre isso as pessoas se irritam, ficam irônicas, porque é a bíblia, eu não estou falando de mim, estou falando da bíblia. Então a minha avaliação é que são pessoas que nós consideramos, é uma igreja que tem a maior quantidade de adeptos, até o significado da palavra católica quer dizer “universal” é quase o mundo inteiro e o protestantismo já é mais limitado, pois é necessário a conversão, mudar de vida, se transformar, ter uma vida condigna na sociedade. Se a pessoa aceitar o evangelho hoje, tem que mudar de vida, se isto não acontecer é porque o evangelho não entrou nele. Agora o pessoal católico são pessoas que respeitamos muito, mas estão atrasados na linhagem de fé. Jesus veio pra trazer essa convicção de que Ele é o Senhor, é o Juiz, de que Ele é quem estar intercedendo por nós.

FP – Então se o senhor pudesse em poucas palavras expressar a diferença entre católicos e protestante, o senhor diria que é atraso com relação à percepção de fé?

PC – Exatamente.

FP – Então qual a saída que existe pra melhorar a relação entre católicos e protestantes, pra que fosse possível buscar mais as semelhanças entre as religiões e não as diferenças?

PC – Olhe o que nós vemos no aspecto religioso de diferença entre protestantes e católicos é exatamente a adoração a ídolos. Fazendo uma avaliação entre dois pontos positivos, Santa Luzia pode ter sido uma ótima pessoa, e se foi de Deus, ela está no paraíso, agora, ela não é pra ser adorada, então é exatamente essa diferença, pois o protestante acredita que devemos adorar só a Deus, em espírito e em verdade. A igreja católica diz que não adora, mas por trás existe um concílio que afirma não adorar, mas na verdade o faz. Não que eu tenha nada a ver com isso, mas existe essa diferença. Nós acreditamos na trindade e eles também, agora nós acreditamos na vida dos apóstolos, eles fizeram seu trabalho juntamente com Cristo, mas eles estão no paraíso de Deus para um dia ressuscitar, os católicos não acreditam assim. Eles tem essa causa de adorar, como adoram São Sebastião, que é o padroeiro de vocês. Houve certa época da história que dava certo, mas depois que Jesus veio era pra ter acabado com isso. A igreja católica teve no princípio, sacerdote, tinha o trabalho que fazia em equilíbrio, não podemos negar isso, mas depois que Jesus veio eles rejeitaram. Se atrasaram no andamento da fé, porque hoje não tem mais confissário, batismos de criança, não tem intercessão por mortos, pois a bíblia diz que quem morreu segue-se a juízo. Não é que nós vamos condenar a todos, não. Absolutamente não, é só esse aspecto da fé, que está atrasado e na eternidade conta, pois Jesus disse que “aquele que houve minhas palavras e crer naquele que me enviou tem a vida eterna”. Aqueles, portanto que deixar de crer, só com o Senhor.

FP – Qual sua relação com o padre Ivan dos Santos?

PC – Ele passa aí, me cumprimenta, e eu o cumprimento, eu não tenho uma amizade. O pastor Daniel ele tinha uma amizade muito grande com o padre, ele tinha facilidade em fazer amizades, era uma pessoa calma, tranqüila, mas hoje na cidade que ele está, já não tem essa oportunidade, o padre de lá é mais radical. Ás vezes, falta oportunidade, você sabe. Eu já não tenho essa mesma capacidade, teve uma pessoa que me chamou de anti-social. Eu não sou anti-social, eu sou crente e tento me colocar no meu lugar. Por exemplo, me fizeram uma pergunta ultimamente perguntando como eu via a questão dos políticos na igreja e eu respondi que pra mim estava ótimo, termos crente na política. Eu estive na cidade de Apodi e tinha dois irmãos que nos ajudavam muito, inclusive um vereador de quatro mandatos. E eu ajudei muito a ele. Quando cheguei ele estava na campanha e ganhou, e antes de sair o ajudei novamente na outra campanha. O prefeito de lá na época gostava muito de mandar me perguntar opiniões, mandava que Laerte -que era o vereador da igreja – me pedisse orientação e isso pra mim era muito importante. Agora eu não sou aquela pessoa que gosta de ficar atrás de ninguém, mas quando há oportunidade, eu tenho um bom relacionamento com todos.

FP – O senhor concorda que as igrejas devam ter um papel social forte, tentar ajudar nos problemas sociais, modificar a sociedade.

PC – Acho, com certeza. A igreja ela tem um importante papel no aspecto social. O fator social é indispensável tanto a igreja católica, quanto a protestante. Nós somos orientadores das pessoas e temos que desenvolver esse papel. Eu acho que a igreja tem um papel importante na sociedade.

FP – O senhor tem alguma intenção em desenvolver um trabalho social na igreja?

Nós temos alguns trabalhos desenvolvidos já. Há alguns irmãos que trabalham auxiliando na saúde das pessoas, no auxílio financeiro, com cestas básicas também, agora tudo isso é feito de forma individual. A nossa igreja tem um departamento pra fazer isso, agora faço isso dentro dos limites possíveis, pois não posso endividar a igreja, até porque temos superiores e não podemos ir além do que podemos.

FP – Quanto a construção da igreja, qual o prazo previsto para o término?

PC – Eu estou orando e confiando que nós vamos inaugurar o próximo ano, provavelmente no final do próximo ano.

FP – Qual o percentual de realização atual, da obra?

PC – Eu diria que 45% quase 50%.

FP – Qual o tamanho da igreja em número de crentes?

PC – Nós temos na cidade uns 280 a 300 membros e na zona rural, um número bem pequeno, cerca de 100 membros, fora os congregados. Nos referimos a membros quando os batizamos.

FP – Então são cerca de 400 membros?

PC – Sim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário