terça-feira, 29 de maio de 2012

Ana Paula Valadão, Aline Barros, Régis Danese na capa da revista Isto É. Confira a matéria.


A revista Isto É desta 4ª semana de maio trouxe na capa os principais cantores da música cristã brasileira. A matéria teve sob título "Como vivem os astros da fé" e fala sobre os números expressivos alcançados pelo segmento religioso além da rotina dos "astros".

Ana Paula Valadão, Aline Barros e Régis Danese representaram a música gospel e os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo representaram a música católica.

Confira a matéria:

Capa da Revista
Eles detestam ser chamados de estrelas. Repetem, insistentemente, que são, na melhor das hipóteses, um mero canal para a graça de Deus. A humildade do discurso, porém, contrasta com a postura de celebridade desses ídolos cristãos e com os números que compõem este que já é o mais expressivo segmento do mercado fonográfico do País. Estima-se que, só em 2011, a produção de discos e DVDs religiosos no Brasil rendeu R$ 1,5 bilhão. Como não poderia deixar de ser, no mesmo ano, os discos e os DVDs mais vendidos, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (Abpd), foram dos astros da fé Padre Marcelo Rossi e Padre Fábio de Melo, respectivamente.

A matéria falou da carreira, família, ministérios, e números de vendas conquistados pelos "Astros da Fé". Confira a matéria sobre os evangélicos Ana Paula Valadão, Aline Barros e Régis Danese.



"Nem o sucesso da missão justifica o fracasso da família"
Ana Paula Valadão

“Vai com Deus, porque quando você cantar o ladrão não vai mais ser ladrão.” A frase dita pelo precoce Isaque Valadão, 6 anos, é o que move Ana Paula Valadão, mãe do garoto e vocalista da banda Diante do Trono, um fenômeno da música gospel que existe há 15 anos e já vendeu mais de dez milhões de discos. Quando as obrigações da carreira musical atropelam a rotina dessa mineira de Belo Horizonte, é na frase de Isaque que ela pensa. “É a garantia que tenho de que estou no caminho que Deus quer pra mim”, diz Ana, 36 anos, integrante, ao lado da família, da Igreja Batista da Lagoinha. “Ela encara a carreira e os sacrifícios exigidos como missão divina”, diz a irmã, Mariana Valadão. E espera seriedade, compromisso e abdicação semelhantes de todos de sua equipe. Atualmente, por exemplo, os 16 membros do Diante do Trono estão no que ela chama de “jejum de delícias” em preparo para a gravação do 15o disco da banda, marcada para acontecer no dia 9 de junho. Durante os 40 dias que antecedem a apresentação, cada um deve cortar do cardápio três ou quatro alimentos que come por puro prazer. “O rigor é tanto que ela chega a proibir, nos hotéis, que a equipe assista à televisão ou use a piscina antes de fazer uma apresentação”, diz o irmão, André Valadão, outra estrela do mundo gospel.

Comunicar-se com familiares, porém, está liberado. Ela está sempre em contato com os dois filhos e o marido pelo iPhone. Usando um aplicativo que permite a troca gratuita de mensagens de texto e imagens, manda e recebe notícias constantes. Na última viagem, por exemplo, o companheiro mandou fotos de Isaque e do irmão, Benjamin, 3 anos, depois do banho, vestidos com o uniforme da escola e na hora de dormir, aconchegados no canto dela da cama de casal. Já ela fotografou o quarto do hotel e a roupa que escolheu para se apresentar. “Para eles verem como a mamãe está”, diz ela. Quando volta, ela lê e assina todos os recados mandados pelas professoras sobre seus meninos e faz questão de levá-los ao colégio sempre que está em Belo Horizonte. “Nem o sucesso da missão justifica o fracasso da família”, afirma.

Paciente com os fãs, Ana Paula encara a rotina de autógrafos, fotos e conversas como parte de sua missão. “Gosto da troca com eles”, afirma. A coisa só complica quando invadem seu espaço. Certa vez, enquanto estava hospedada em um hotel-fazenda de férias, um dos camareiros a acordou de um preguiçoso sono da tarde em seu quarto, enquanto os filhos e o marido estavam na piscina. Ele queria tirar uma foto. “Achei um pouco demais”, diz ela, rindo. No fim a foto foi tirada e o rapaz ainda reclamou da imagem. Faz parte.


"Acompanho o dever de casa do Nicolas, o levo para a escola, alimento e dou banho na Maria Catherine"
Pastora Aline Barros

Nicolas sobe as escadas de casa chorando. No andar de cima, sua mãe, a pastora, cantora e escritora Aline Barros, interrompe a conversa telefônica para acalmar o primogênito de 8 anos, que está usando aparelho nos dentes. “Deixa a mamãe ver. Onde está doendo?”, diz. Aos 35 anos, a maior expoente feminina da música gospel brasileira tem hoje os filhos mais perto de si do que os microfones com os quais se tornou fenômeno da indústria fonográfica. Sete meses atrás, Aline deu à luz Maria Catherine e, desde então, a maternidade sobrepujou a sua rotina artística. Foi só em março, após seis meses dedicados exclusivamente à filha, que a cantora retomou os compromissos no show biz. “Minhas manhãs ainda são para os meus filhos. Acompanho o dever de casa do Nicolas, o levo para a escola, alimento e dou banho na Maria Catherine”, diz a pastora da Igreja Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, no Rio de Janeiro, frequentada por ela toda quarta e domingo. 

Desde 1995, quando lançou o primeiro de 27 álbuns, a evangélica já vendeu cerca de seis milhões de cópias e ganhou quatro Grammys latinos (o último no ano passado). Aline foi a primeira cantora gospel do País a conquistar um Grammy, em 2004. A gravação do álbum premiado, “Fruto de Amor”, foi cercada de muita tensão. Na época, um problema nas cordas vocais provocava rouquidão na pastora e só lhe permitia gravar depois de uma longa pausa de recuperação. “Procurei uma fonoaudióloga, que me disse que eu estava com apenas 5% da voz em perfeitas condições”, lembra. 

Com a voz recuperada, a pastora iria cantar para cerca de dez mil pessoas no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, no sábado 26. Onipresente em programas de tevê fora do segmento cristão e amparada por números de uma estrela, com músicas gravadas em espanhol, a carioca que cresceu no subúrbio da Vila da Penha e hoje vive no confortável bairro da Barra da Tijuca não se veste com o manto comum às celebridades. “Se deixar, a Aline passa o dia de jeans e tênis”, revela a sua mãe, Sandra Barros. “Ela é despojadona.” De fato, a pastora cantora já esteve em três programas de tevê diferentes, em uma mesma semana, calçando o mesmo sapato.

A evangélica se policia para não fazer a vida girar em torno da carreira. Seu marido, o ex-jogador de futebol Gilmar dos Santos, com quem está há 12 anos, revela um pacto feito pelo casal. “Desde que nos casamos, acertamos que não permitiríamos que a nossa vida ficasse refém de uma agenda.” Hoje, quando tem de viajar de avião para alguns dos 110 shows que faz por ano, ela carrega a filha no colo e procura embarcar em voos próximos ao horário dos shows. Inspirada pela fase materna, Aline planeja montar uma loja de roupas infantis. “Eu visto a Maria Catherine três vezes por dia, só para ficar namorando suas roupinhas”, diz.


"Hoje, meu foco é minha filha"
Regis Danese

A rotina de shows já foi mais puxada para Regis Danese, nascido João Geraldo Danese Silveira em 2 de abril de 1972, na cidade de Passos, interior de Minas Gerais. Até 2010, quando vivia o auge do sucesso da música “Faz um Milagre em Mim”, que o consagrou no mercado gospel, o pacato mineiro se desdobrava para cumprir uma agenda de shows que chegava a ter 40 apresentações em um mês. A música, de 2008, é tida pela indústria fonográfica evangélica como a responsável por romper importantes barreiras. Foi das primeiras a ser tocada livremente em rádios FM laicas, a ser gravada por padres católicos e a ganhar dezenas de versões. Foram 50 mil discos vendidos no primeiro mês de lançamento e um milhão em menos de um ano. “Graças a ela, fazíamos três shows em uma noite só”, diz Danese, que vive em Belo Horizonte.

Hoje, o ritmo de shows diminuiu, mas ainda está longe de ser tranquilo. São cerca de oito apresentações por mês. E, onde quer que esteja, Danese, como bom evangélico, está sempre com sua “Bíblia” – a mesma, aliás, desde sua conversão, em 2000. Durante os voos para os locais de show, muitas vezes em pequenos aviões particulares, ela é lida com mais fervor. O artista admite que tem um medo saudável do aparelho. “Uma vez pegamos uma tempestade em um aviãozinho de duas hélices que chacoalhava tanto que nem a Bíblia eu consegui ler, então comecei a cantar”, lembra ele.

A voz, instrumento de trabalho e de fé, é cuidada com esmero. Só não recebe mais atenção que o cabelo, sempre espetado. São pelo menos 30 minutos de preparo, com sprays e produtos para garantir o efeito conhecido pelos fãs. “Às vezes, quando não tem cabeleireiro, eu ajudo, mas não fica lá essas coisas”, brinca Evander Domingues, o Vandinho, violonista da banda de Danese e amigo dos tempos em que ambos ainda eram membros do grupo de pagode Só Pra Contrariar.

É de Vandinho, da fé inabalável e da família que Regis tem tirado forças para encarar o mais recente desafio que a vida lhe jogou: a leucemia da filha mais nova, Brenda, 3 anos. Em viagem para a Disney, nos Estados Unidos, no mês de janeiro, a menina começou a passar mal, estava anêmica, muito branca e cheia de manchas roxas pelo corpo. Em visita a um hospital de Orlando, foi internada imediatamente e teve de receber uma transfusão de emergência. “Ela estava praticamente sem sangue”, diz Kelly Danese, mulher de Regis. Hoje, o tratamento quimioterápico pelo qual a menina passa em Belo Horizonte mudou a rotina da família. 

O astro gospel já não joga mais seu futebolzinho semanal e pouco se diverte. “Todo o tempo livre que ele tem passa em casa olhando para a Brenda e orando”, diz Kelly. Um DVD, que seria gravado no mês que vem pelo astro, foi cancelado. Os shows, porém, continuam. Quando está fora, ele liga mais de cinco vezes por dia para saber notícias. “Hoje, meu foco é minha filha”, diz Danese.


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